terça-feira, 30 de agosto de 2011

Perigo... Em busca da verdade!


A trama é louvável e a reflexão trazida por ela mais que isso. Intrigas de Estado (State of Play) do diretor escocês Kevin Macdonald é uma envolvente mistura dos gêneros drama, policial e suspense. Num misto ficcional que dá certo, se o assunto é, principalmente, repensar o fazer jornalístico nos dias atuais. Estrelado por Russell Crowe e Ben Affleck , os quais realizam muito bem seus personagens, o filme tem como centro da discussão vertentes opostas: a velha forma de se fazer jornalismo contra a nova, marcada sobretudo pelo advento de veículos mais imediatistas, como a internet; a postura profissional contra o lado pessoal, emocional; o jornalismo comprometido com a verdade contra a instantaneidade irresponsável e objetiva (até demais) do poder comercial da notícia (ou do poder comercial que, irresponsavelmente, alguns queiram que ela tenha).
Cal McAffrey (Russel Crowe) é um repórter veterano do tipo hábil, com faro apurado e um network daqueles. Tudo que um jornalista precisa para ser um bom jornalista. Ao lado dele está a blogueira Della Frye (Rachel McAdams), uma jovem e inexperiente repórter. No centro da história está Stephen Collins (Ben Affleck), um deputado que tem sua carreira política ameaçada por uma investigação que envolve a morte de sua amante. Investigação que compõe o enredo do filme. Afinal de contas, a história passa a ser alvo de investigação do jornal Washington Globe em que McAffrey, amigo e companheiro de quarto na época de faculdade do promissor congressista Stephen, trabalha.
A produção é daquelas típicas de colocar a pulga atrás da orelha e levar ao espectador um desejo inquietante de descobrir a verdade sobre toda essa história. Com uma indumentária coerente tanto na questão figurino, quanto na cenografia, é possível compreender bem os rumos de cada um deles. Enquanto Cal representa aquele tal jornalista decadente, com barba por fazer e um cabelo um tanto rebelde, Stephen é um bonitinho e engomadinho político. Ele é suspeito de ter matado Sonia Barker, funcionária com quem tinha um caso. Collins fez uma série de denúncias eloquentes a uma empresa de segurança que seria responsável por um processo gradual de privatização da segurança pública de Washington D.C, o que gerou ódio e represálias significativas e perigosas.
Em busca da verdade estão Cal e Della, jornalistas um tanto diferentes, é verdade. E que por isso trazem uma reflexão bastante relevante para a prática do jornalismo, que hoje dispõe de infinitas plataformas de veiculação da informação. Veículos diversos que precisam, naturalmente, de um trabalho diferente em todo o processo de apuração.




Cal supõe o perfil de um jornal impresso e como tal o seu trabalho é comprometido com uma descoberta consistente e verossímil com a realidade dos fatos. Ele não se deixa levar pelo calor do imediatismo em busca da exclusividade, de ser o primeiro a contar uma grande história: o famoso furo de reportagem. E essa postura se relaciona principalmente com a sua experiência e a compreensão louvável de que jornalismo e responsabilidade devem andar lado a lado.


A propósito, neste sentido cabe bem um dito de Stella Maris, mestre a musa do telejornalismo pernambucano: “a verdade é a base da pirâmide do fazer jornalístico e os furos devem ser responsáveis”. E é entendendo seu trabalho dessa forma que o repórter vivido por Russel Crow se relaciona com cuidado e atenção com as fontes em busca da realidade. Já Della é jovem e por representar uma nova forma de se fazer jornalismo, é mais urgente em suas ações. Precipitações que tornam possível a reflexão sobre a dita dromocracia, uma rapidez irresponsável ampliada pelo advento da internet e da produção efetiva de informações por muitas, mais muitas pessoas.


Della, ansiosa por destaque, escreve um post no seu blog falando sobre o relacionamento extra-conjugal entre Stephen e Sonia e a editora-chefe, Cameron Lynne fica dividida entre a notícia que de fato é boa, e a vendagem dos exemplares; se dá  espaço para uma história solta, com o tal sensacionalismo que vende jornal ou se dá vez para uma investigação séria e comprometida sobre um assassinato causado por uma conspiração corporativa. Juntos, eles investigam essa história e passam por muitos perigos. E é a partir desse trabalho em grupo, que a jovem repórter parece compreender que mesmo com as adaptações que cada mídia precisa para ser eficaz no seu trabalho de contar histórias, a verdade e a responsabilidade devem sempre estar no topo dos princípios do fazer jornalístico. É bom não esquecer!
E para ficar com água na boca, aí vai o link do trailer oficial do filme

Contra o velocímetro da dromocracia!

Blogs, Myspace, Facebook, Twitter. Você, internauta, deve ter algumas dessas contas, ou provavelmente todas ao mesmo tempo. Mas como fazer para administrar tantas redes sem se render a velocidade irresponsável ao produzir conteúdo?

Antes da resposta, precisamos incorporar o conceito de “dromocracia”. Lançado pelo professor Eugênio Trivinho, o conceito é a própria mutação da democracia, que hoje, inclusa na era digital, exige certa velocidade (dromo). Essa rapidez leva um turbilhão de informações para a sociedade inserida no ciberespaço e muitas vezes interfere na qualidade da produção – a face negativa da dromocracia.

Imagine um polvo, vários tentáculos. Essa é a figura ilustrativa do indivíduo que representa a web 2.0, que faz de tudo para não ser excluído digitalmente e tenta abarcar todas as informações, além de também produzi-las. Mas a quantidade de conteúdo existente na internet faz desse feito algo impossível.

Essa corrida do agora, da instataneidade das notícias e da busca incessante por conhecimento na web, representa a busca do indivíduo para que ele se inclua digitalmente nessa nova era e possa se ver incluso também na sociedade real – já que o ciberespaço abriu caminho e influencia o comportamento humano. Hoje, não participar das redes sociais ou não ter um blog é como não ter “aquela lancheira do Batman” Mas para tentar estar "onde todos estão" muitos - ou a maioria do indivíduos que produzem informação na internet - não conseguem o básico: dar conta de todos esses domínios. Afinal, é o que se espera quando alguém se propõe a fazer algo: excelência.

Quando o internauta se deixa tomar por essa velocidade, muitas vezes esquece do comprometimento com a informação verdadeira. O que se vê bastante com a chegada da web 2.0 e da dromocracia, são internautas que podem interagir uns com os outros, opinar bastante, mas estes demonstram uma tendência cada vez mais incoerente: priorizar o “glamour” de ser o primeiro a repassar determinada informação, deixando ,assim, em segunda linha o ponto-chave da veiculação de uma notícia real: a apuração, o que de fato aconteceu. Esse é o chamado furo a qualquer custo, que quase sempre é irresponsável. Então, o lance é fazer do intervalo entre o fato e a notícia, o momento de ver a verdade. Com convicção sobre aquilo do que se fala tudo passa a fazer mais sentido, afinal essa é a melhor forma de conferir qualidade ao texto e ao trabalho de contar histórias. E é importante compreender este legado negativo da dromocracia não apenas por aqueles que oficialmente produzem conteúdo, os jornalistas. Mas como todos nós e principalmente você aí, que não precisa de tanto desespero para ser o mestre das palavras rapidas e exclusivas.

Bem, respondendo à pergunta inicial... “Mas como fazer para administrar tantas redes sem se render a velocidade irresponsável ao produzir conteúdo?” A resposta é atenção e calma. Atenção ao garantir que sua produção venha de um fato verdadeiro e atenção com as fontes. E calma para não entrar nessa onda do velocímetro dromocrático. Perceba que o que importa mesmo é a comunicação de qualidade, de alcance, sem maiores estresses e exigências. Dissemine e obtenha conhecimento sem embarcar na obrigação de fazê-lo, afinal, essa é uma das vantagens da web 2.0.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Entre para o Clube do Zé Gotinha!



Em junho deste ano começou a campanha de vacinação contra a Poliomielite no nosso país. A intenção é imunizar crianças menores de cinco anos, as mais afetadas pela Pólio. A doença é viral e altamente contagiosa por ser transmitida através de alimentos e água contaminados.

Durante toda a campanha foram distribuídos 48 milhões de doses e até o momento, 21,2 milhões de crianças já tomaram a gotinha. A meta inicial da ação era vacinar 14,6 milhões de pequenos, o que representa 95% da meta mínima exigida.

A Pólio pode causar paralisia e deformações no corpo e a vacina é a melhor prevenção. Além dessa medida, os pais ou responsáveis devem ficar ligados com as condições sanitárias e de higiene. Lavar bem os alimentos que serão consumidos é uma boa para evitar a contaminação fecal.

As crianças que ainda não tomaram a gotinha, podem ser vacinadas em um dos 115 mil postos montados nas unidades de saúde. Então, procure já o mais próximo da sua casa e ajude o Zé Gotinha a erradicar essa doença.