terça-feira, 30 de agosto de 2011

Contra o velocímetro da dromocracia!

Blogs, Myspace, Facebook, Twitter. Você, internauta, deve ter algumas dessas contas, ou provavelmente todas ao mesmo tempo. Mas como fazer para administrar tantas redes sem se render a velocidade irresponsável ao produzir conteúdo?

Antes da resposta, precisamos incorporar o conceito de “dromocracia”. Lançado pelo professor Eugênio Trivinho, o conceito é a própria mutação da democracia, que hoje, inclusa na era digital, exige certa velocidade (dromo). Essa rapidez leva um turbilhão de informações para a sociedade inserida no ciberespaço e muitas vezes interfere na qualidade da produção – a face negativa da dromocracia.

Imagine um polvo, vários tentáculos. Essa é a figura ilustrativa do indivíduo que representa a web 2.0, que faz de tudo para não ser excluído digitalmente e tenta abarcar todas as informações, além de também produzi-las. Mas a quantidade de conteúdo existente na internet faz desse feito algo impossível.

Essa corrida do agora, da instataneidade das notícias e da busca incessante por conhecimento na web, representa a busca do indivíduo para que ele se inclua digitalmente nessa nova era e possa se ver incluso também na sociedade real – já que o ciberespaço abriu caminho e influencia o comportamento humano. Hoje, não participar das redes sociais ou não ter um blog é como não ter “aquela lancheira do Batman” Mas para tentar estar "onde todos estão" muitos - ou a maioria do indivíduos que produzem informação na internet - não conseguem o básico: dar conta de todos esses domínios. Afinal, é o que se espera quando alguém se propõe a fazer algo: excelência.

Quando o internauta se deixa tomar por essa velocidade, muitas vezes esquece do comprometimento com a informação verdadeira. O que se vê bastante com a chegada da web 2.0 e da dromocracia, são internautas que podem interagir uns com os outros, opinar bastante, mas estes demonstram uma tendência cada vez mais incoerente: priorizar o “glamour” de ser o primeiro a repassar determinada informação, deixando ,assim, em segunda linha o ponto-chave da veiculação de uma notícia real: a apuração, o que de fato aconteceu. Esse é o chamado furo a qualquer custo, que quase sempre é irresponsável. Então, o lance é fazer do intervalo entre o fato e a notícia, o momento de ver a verdade. Com convicção sobre aquilo do que se fala tudo passa a fazer mais sentido, afinal essa é a melhor forma de conferir qualidade ao texto e ao trabalho de contar histórias. E é importante compreender este legado negativo da dromocracia não apenas por aqueles que oficialmente produzem conteúdo, os jornalistas. Mas como todos nós e principalmente você aí, que não precisa de tanto desespero para ser o mestre das palavras rapidas e exclusivas.

Bem, respondendo à pergunta inicial... “Mas como fazer para administrar tantas redes sem se render a velocidade irresponsável ao produzir conteúdo?” A resposta é atenção e calma. Atenção ao garantir que sua produção venha de um fato verdadeiro e atenção com as fontes. E calma para não entrar nessa onda do velocímetro dromocrático. Perceba que o que importa mesmo é a comunicação de qualidade, de alcance, sem maiores estresses e exigências. Dissemine e obtenha conhecimento sem embarcar na obrigação de fazê-lo, afinal, essa é uma das vantagens da web 2.0.

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