João Carlos Mazella / Fotoarena
Os funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) de todo o Brasil deram início a uma greve, no último dia 13 de setembro. A categoria reivindica reajuste de 7,16% sobre salários e benefícios, aumento linear de R$200, reajuste no vale-refeição, contratação de 21 mil trabalhadores em todo país e pagamento de perdas salariais, dentre outras propostas.
A paralisação dos trabalhadores do serviço postal do país já dura 25 dias e, segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), foi aderida por todos os estados brasileiros. 34 dos 35 sindicatos que compõem a entidade apóiam a paralisação, ficando de fora apenas o de Uberaba, em Minas Gerais.
Passados 23 dias do início do movimento, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) concedeu uma liminar que determinou que a categoria mantivesse pelo menos 40% dos funcionários no trabalho em cada uma das unidades onde operam os Correios, para atendimento dos serviços inadiáveis da comunidade. Se a decisão não fosse cumprida, a instituição estaria sujeita a pagar uma multa diária de R$ 50 mil.
Segundo a ECT, ao longo das negociações, 14 sindicatos envolvidos no protesto chegaram a um acordo e se dispuseram a voltar às atividades normais. O Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos de Pernambuco (Sintect-PE), entretanto, foi um dos 20 que se posicionaram contra a concordata que aconteceu na última quinta-feira (6) entre a Fentect e a direção da estatal, na audiência de conciliação do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A proposta previa aumento real de R$ 80 a partir de outubro e aumento linear de salários e benefícios de 6,87%.
Em audiência pública, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que não houve contestações significativas entre as propostas dos grevistas e do TST e que a paralisação virou “uma greve para resolver os dias de greve”. “Não queremos massacrar os caras, queremos parcelar, tornar o problema menor”, contou.
Uma audiência de conciliação que acontece na próxima segunda-feira (8) deve julgar a discordância entre as entidades e auxiliar no processo de resolução do impasse. “Se alguma proposta estiver dentro dos nossos objetivos com o protesto, vamos conversar e se aprovada, retornaremos logo ao nosso trabalho”, explicou o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos de Pernambuco (Sintect-PE), Halisson Tenório.
Os Correios estimam que 23% dos 107 mil funcionários estejam em greve atualmente. Já o sindicato fala em cerca de 70%.
Ouça a entrevista com o trabalhador dos Correios, o carteiro José Carlos:
Ouça a entrevista com o trabalhador dos Correios, o carteiro José Carlos:
Flash Javali de Óculos - José Carlos, trabalhador dos correios by Nathália Dielú
Confira uma das primeiras manifestações dos trabalhadores dos Correios: